Nossa diretora Susan Deeke esteve recentemente em uma viagem de duas semanas pelo Cáucaso visitando o Azerbaijão, a Geórgia e a Armênia, e conta um relato pessoal sobre as suas impressões sobre esses destinos
É engraçado como existem lugares que a gente nunca imagina que vai conhecer – e o Azerbaijão era exatamente um desses destinos para mim! No entanto, ao chegar em Baku, fiquei completamente encantada. A cidade é um verdadeiro encontro entre o antigo e o moderno, entre o familiar e o exótico, entre o Oriente e o Ocidente. Nascida no deserto, às margens do Mar Cáspio, Baku é uma capital europeia e muçulmana ao mesmo tempo, desafiando qualquer tentativa de rótulo.
Fascinante por sua diversidade, a cidade se divide entre um centro histórico, com o charme das antigas muralhas e construções medievais, e uma área moderna e vibrante, cheia de arquitetura futurista. Além disso, ainda podemos ver traços do período soviético e grandes avenidas arborizadas que rivalizam com qualquer capital europeia.
A Terra do Fogo e a antiga Rota da Seda
Baku me deixou impressionada pelos seus contrastes. De um lado, há o Centro Cultural Heydar Aliyev, projetado pela icônica Zaha Hadid, um dos prédios mais futuristas e icônicos do mundo. De outro, as chamas eternas de Yanar Dag, montanhas que queimam há mais de 4 mil anos sem jamais se apagar. Essa mistura entre o moderno e o místico, o tecnológico e o espiritual, é parte da essência do Azerbaijão.
A cidade também tem seus elementos curiosos para o olhar estrangeiro, como táxis ingleses circulando em um país onde o idioma local é o azerbaijano – por sinal, uma língua influenciada pelo turco e pelo russo – e o próprio estilo de vida local: o Azerbaijão é muçulmano, mas, sendo um país laico, o consumo de bebidas alcoólicas é algo comum. Ao caminhar pelas ruas, fica muito claro que estamos em meio a um verdadeiro mosaico cultural, onde o antigo e o novo convivem em harmonia.
O Azerbaijão faz parte de uma região que, no passado, integrava a lendária Rota da Seda. A expressão “terra do fogo” é antiga, usada pelos povos que viviam na região e viam no fogo um símbolo divino. Yanar Dag é uma das poucas áreas onde o fogo ainda queima naturalmente. Antigamente, a queima espontânea do gás natural era comum em várias partes do país, o que contribuiu para a mística do fogo e a associação com o zoroastrismo, uma religião que reverencia o fogo como símbolo de pureza e luz.
Outro lugar imperdível de ser visitado é o Templo do Fogo de Ateshgah, localizado nos arredores de Baku. Esse templo é um exemplo vivo da antiga adoração ao fogo e tem fortes conexões com o zoroastrismo e o hinduísmo, testemunhando a importância religiosa que o fogo teve para diferentes culturas ao longo dos séculos.
Outra coisa que me impressionou em Baku, foi o dinamismo das ruas. A cidade parece ter sido projetada para seus moradores. As calçadas estão sempre lotadas de pessoas passeando, sentadas nos cafés (bebendo muito chá, claro), andando de scooters ou simplesmente aproveitando os parques. Baku tem uma vida urbana intensa e muito bem organizada, com amplos espaços públicos que são constantemente cuidados, se mostrando uma cidade arborizada e florida, mesmo estando em uma região desértica. Os parques e praças são bem mantidos, e a todo momento vemos equipes cuidando das plantas e árvores. Ainda com poucos turistas, Baku é, sem dúvida, um ótimo exemplo de planejamento urbano voltado para o bem-estar dos moradores!
Pensando em conhecer o Azerbaijão? Aqui vão algumas informações gerais
- Melhor época para visitar: Os meses de primavera (abril a junho) e outono (setembro a novembro) são os melhores, já que o verão pode ser bastante quente, especialmente em áreas desérticas.
- Vistos: Portadores de passaporte brasileiro precisam de visto para o Azerbaijão, mas ele pode ser facilmente feito eletronicamente antes da viagem.
- Idioma: Embora o azerbaijano seja a língua oficial, em Baku você encontrará algumas pessoas que falam russo e, em menor escala, inglês nas áreas turísticas.
- Culinária: Não deixe de experimentar o plov, um prato tradicional de arroz com cordeiro, e os kebabs, além de provar o chá local que é servido com doces típicos como o pakhlava.
O Azerbaijão é um destino surpreendente, ideal para quem busca algo diferente e fora do comum. Além disso, ele é a adição perfeita em uma viagem combinada com a Geórgia e a Armênia, outros excelentes países do Cáucaso.